Cobertura do FGC chega a 99% do público bancário

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Quando o mercado aborda alternativas de investimentos e segurança em aplicações bancárias, é comum citar o Fundo Garantidor de Crédito (FGC). Criado para assegurar uma parte das aplicações de clientes de instituições financeiras, ele acabou virando um selo de garantia que acompanha os investimentos. O FGC cobre até R$ 250 mil por CPF ou CNPJ em uma única instituição. Ou seja, a cobertura não é por tipo de produto, mas sim pelo total aportado, em uma única instituição, nos produtos cobertos.

Entre esses produtos estão alguns títulos bancários como CDB, LCA, LCI, DPGE, além de depósitos à vista (conta corrente) e depósitos de poupança. Existem, entretanto, alguns critérios específicos para cada um deles e é muito importante que o investidor acesse essas informações no site do FGC (http://www.fgc.org.br). Caetano de Vasconcellos, diretor do FGC Neto, explica que os prazos de ressarcimento dos investidores estão diminuindo, mas lembra que há situações que fogem do controle da instituição. “Na liquidação do BRJ, agora em 13 de setembro, nós pagamos o DPGE, que tem garantias especiais, em até 24 horas. Nesse caso, pelo produto, dependia basicamente de nós, o que fica mais fácil”, diz Vasconcellos. “Em outros produtos, como CDB e LCI, precisamos das informações enviadas pelo liquidante e depois checamos tudo, para ver se está em conformidade. Se não houver problema, pagamos em até 30 dias corridos”, completa o executivo. Vasconcellos lembra que, caso tenha alguma pendência judicial, os prazos podem ser outros, como ocorreu no Banco Rural. Dos produtos cobertos pelo FGC, o DPGE, por contar com garantias especiais, é pago mais rápido, em 24 horas, além de cobrir até R$ 20 milhões por CPF/CNPJ. Dados apresentados por Vasconcellos mostram que o FGC cobre hoje 99,7% do público bancário, dentro do que está coberto pelas regras do FGC. “Lembro que embora só em depósitos no país exista hoje R$ 1,8 trilhão, apenas 55% deste valor está dentro das regras de cobertura do FGC”, pondera o executivo. Os demais 45% correspondem a fundos, produtos de assets, etc., portanto, fora das regras de cobertura.

Como se trata de uma entidade privada, os recursos do FGC são oriundos do recolhimento de 0,0125% sobre os depósitos cobertos, com exceção dos DPGEs 1, com 1%, e dos DPGE 2, com outros 0,3%. O patrimônio atual do FGC é de R$ 46 bilhões, com liquidez de R$ 30 bilhões. “Aplicamos basicamente em papeis do governo porque não seria interessante comprar títulos de bancos que nós mesmo damos cobertura. São títulos públicos com compromisso de recompra para assegurar a liquidez necessária.” O consultor financeiro Mauro Calili faz elogios aos prazos para o pagamento pelo fundo. “Ninguém gosta de esperar, mas a prerrogativa do FGC é agir com o máximo de segurança e isto é feito. Um pouco a mais ou a menos não faz diferença.” O especialista explica que a existência do fundo e a forma como ele atua, buscando sempre o máximo de segurança, é fundamental para o investidor. “É parte do critério na escolha de onde colocar o dinheiro”. Registro e identificação Tanto Vasconcellos, do FGC, quanto Calil reconhecem que algumas mudanças regulatórias e de mercado facilitaram a vida do fundo. “As operações financeiras estão cada vez mais eletrônicas, o que é muito mais confortável para nós. O ideal seria tudo eletrônico, ganharíamos em agilidade”, comenta o diretor do FGC. Mauro Calil elogia a Resolução 3709 que estabelece que CDBs acima de R$ 5 mil devem ser registrados em uma câmara de ativos e contar com a identificação do nome do investidor. “Quando o FGC tem de pagar um investidor, saber de quem é facilita muito. Basta cruzar a informação do liquidante com a que está na Cetip”, diz Mauro Calil, lembrando que o investidor precisa ficar atento a um detalhe. “Como a cobertura vai até R$ 250 mil, precisa aplicar um pouco menos para, em caso de problema, recuperar também o retorno acumulado. É uma conta de chegada.”

Sobre a possibilidade de que este valor suba, prerrogativa do Conselho Monetário Nacional (CMN), Vasconcellos disse apenas que se o Conselho levar em conta o nível de cobertura atual, acima de 99% do mercado, o valor “está adequado”. “Olhando tecnicamente, nada sugere a necessidade de elevar o teto de cobertura, mas o FGC não participa desta discussão. ” –

Fonte  :https://www.cetip.com.br/Noticias/Cobertura-do-fgc-chega-a-99-do-publico-bancario